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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Aguardo...

 
 
Aguardo....

Aguardo que chegues
a tua chegada,
em dia sombrio de lua que não se vislumbra.
...

Espreito a noite escura
e contento-me a ver a lua a romper a escuridão...

Aguardo ansioso o momento em que chegarás
virás cansada, como cansados ficamos todos
com o cansaço de todas as chegadas...

As nuvens são de papel, mas densas
que tu aos poucos rasgarás
Rasgarás as ruas densas onde as nuvens se escondem,
Passarás por pequenas vielas, de gente já alegre
de bêbados que transforma o silêncio em grunhidos.
Passarás ribeiros, mares, e os relevos do horizonte...
- A tua alma jamais morrerá, com
os medos que as sombras espalham!

Mas...,
Vou deixar a janela do meu quarto aberta
para me poderes amar,
os ribeiros, o mar e os relevos da noite,
ficam lá longe,
e eu,
fico sempre na duvida,
enquanto faço desenhos do teu rosto
na imensidaõ desta areia molhada...

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Aos Poucos...

 
Aos poucos...
    Aos poucos fui-me conhecendo
    por tudo o que perdia

    Aos poucos e poucos algo saiu de mim...
    tornou-se um mistério
    só soube o valor do que perdia
    quando todo eu estremecia

    deixei-me ficar encostado
    aos umbrais da vida
    e pensei no grande passo
    que nunca ousei dar

    em toda a minha vida, eu vi
    a árvore da vida morta
    e soube hoje
    soube que mentia

sábado, 1 de setembro de 2012

O que procuro....


 
O que procuro...

tanto que te desejei
tanto que nos quis ver enlaçados
escondidos pelo lusco-fusco do final do dia...
     
    mas a verdade é que não sabia o que queria:
    há horizontes nebulados, frios
    onde o vento sopra rijo

    já não consigo cheirar o mar
    já não cheiro a maresia das marés
    percorro o alto das encostas de lés a lés
    mas os descer as encostas, acabo por deixar
    que as doces ondas beijem o nosso andar.

    a nossa vida corre encoberta no sol-poente
    é assim que com tristeza, ficamos enleados
    entre os nossos medos
    de que o lusco-fusco cresça
    e que fiquemos perdidos no nosso amor

    não queremos perdão, nem o disfarçamos,
    deixamos vincar as nossas pegada
    na extensão da areia molhada,
    enquanto o lusco-fusco se vai apagando
    e a escuridão da noite cai
    por tudo isto, resisto
    não quero
    ficar perdido na noite contigo,
    acredita, não estou a ser sincero contigo
    o meu amor é uma mentira
    só sei fingir quando te espero,
    porque quero saber
    o que procuro.