Powered By Blogger

sábado, 24 de setembro de 2011

Eu procuro um coração

Eu procuro um coração,
mas não um coração qualquer.
Tem que ser um conpativel
com a dureza dos tempos
em que nós vivemos,
para poder suportar as provas.
Procuro um coração forte,
mas suficientemente brando
para perceber a dor das pessoas
e sensibilizar-me ante eles...
procuro um coração
com um ritmo que seja ligeiro
mas ao mesmo tempo controlado,
para que me ajude ter paciência
diante das coisas que me parecem injustas,
mas que eu não posso mudar...
Procuro um coração estavel;
Que me dê a segurança que necessito
para enfrentar o meu destino
e saber que tudo tem o seu lugar
e o seu tempo;
Que nada acontece por casualidade...
procuro um coração
que simplesmente ame,
porque o amor
é a chave de tudo:
Do principio e do fim,
de parar ou seguir,
de viver ou morrer...
BUSCO UM CORAÇÃO ESPECIAL...
Acaso o tens tu???


Helena Lopes (FB)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Nasci.....


Nasci
com os meus grilhetes
pendurados no pescoço
Nunca ninguém me falou disso
mas na verdade ainda os sinto.
Sempre me fizeram sofrer
ter pesadelos ao adormecer
as dores ao pisar a erva tenra
sob as botas sem palmilhas
ajudava-me a velar o sono das sementes
e balbuciar os cantos das lavras
São eles, os grilhetes
que me ligaram
a quem afincadamente fez a fogueira
grilhões que me arrastam
na palha, esteira do meu povo.
Cresci
com os meus grilhetes
ou "lubambos" como chamamos no nosso povo
nas pernas, no pescoço
Nunca andarei só
Serei sempre jovem no meio do meu Povo.

A Chuva no capim.....

A Chuva no capim.......
... e quando a chove no capim que nos rodeia este fica cheio de perfume, como se tivesse sido coberto de flores,
ao acordar, com os braços bem esticados, para poder abraçar essa imensa manhã, limpa, sem nuvens, esse cheiro a flores..
O dia de ontem passou, escondeu-se por entre o florido das buganvilias.Ontem, as flores murcharam, não passavam de coisas ontem o medo percorreu a imensidão da planicie até se ouvia no silêncio o patinhar da bicharada sobre a areia.
A poesia que tento escrever, tenta ser a voz do povo que tenta percorrer atras do denso capim em silêncio, persistente que rompe a mancha da noite e que nos cobre, que nos fala.
Como é maravilhoso, admirar o pulsar do sangue em cada estrelade dia o sol que nos ilumina é negro, arde, queima.....
os longos cheiros que a chuva despertou nas terras de vermelho que nos envolve
que a chuva fez brotar o cheiro das flores, as flores da intensa chuva.
O sol aos poucos torna-se é negro, e brilha como os vulcões
esconde-se de novo nos peitos dos indigenas, independente.
Nesta madrugada da Setembro, pergunto....
Serei angolano!