Powered By Blogger

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Amor....

 
Amor....

 Se alguem te pedir, amor, se alguem te pedir
que contes aquela antiga história
do velho barco que partiu
e que se perdeu na imensidão das ondas,
...
nunca a contes, amor, nunca a contes
pois a imensidão do mar és tu
e o velho barco sou sou eu.

E se insistirem, amor, e se insistirem
que digas aquela velha fábula
do velho lobo que matou o pobre do cordeiro
e que sem piedade lhe roeu as entranhas,
nunca contes, amor, nunca contes
que o lobo sou eu, a minha carne
e o pobre do cordeiro a estrela
que sempre tão bem conheceste
e que pelos campos te guiou — mal ou bem.

Depois, como calculas, já estou enjoado
desta maldita farsa.
Que não passa de histórias, fábulas, ou amores
tudo eu oiço, tudo zombe nos meus ouvidos
e me aconselham a fugir.

Sou um velho guerreiro já sem forças
para erguer a minha espada,
sou o velho piloto do barco
que a furia da tempestade afundou.

Nunca contes, amor, nunca contes
que eu também tenho alma, mas sem luz.

...Só quero estar só, com a minha sofridão, com o meu arrastar
com a minha cruz.

Sem comentários:

Enviar um comentário