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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Homenagem ao meu Pai.


O 5 de Outubro era o dia mais feliz do meu saudoso Pai.

 Republicano dos sete costados, lutador indomável, que dedicou toda a sua vida aos ideais da República, preso vezes sem conta, correu quase todas as prisões políticas do antigo regime das quais algumas vezes se evadiu com outros presos políticos, conheceu como não podia deixar de ser a amargura da deportação para terras de África, entre elas o Tarrafal.

 No dia 5 de Outubro era certo e sabido que a minha querida mãe recebia uma prenda e quando nascia a madrugada estalavam os primeiros foguetes lançados pelo José David.

Depois durante o Estado Novo o hábito repetia-se mas fugia para o mais longe possível pois a PIDE não tardaria a procura-lo. Ao almoço a minha mãe, esmerava-se como sempre, o bacalhau e o leite-creme faziam sempre parte da ementa, nunca se sabía se o convidado principal vinha almoçar. Tempos difíceis mas ao mesmo tempo belos os Homens lutavam pelos seus ideais.

Foi também o 5 de Outubro uma data escolhida para fazer história na nossa família. Foi o dia em que a Rita, a minha filha mais velha casou, faz precisamente oito anos. Foi uma maneira carinhosa e bonita de homenagear o Avô. A outra a Ana, mais nova vai homenageando na medida em que ao lembrar-se do seu querido Avô o faz com adorável carinho.

- Para ti, Pai, estejas onde estiveres desejo que descanses das Guerras travadas.

Este Povo não mereceu os sacrifícios que travaste, mas o teu Filho jamais te esquecerá.

5 comentários:

  1. É assim a memória dos afectos de um Homem Bom!
    Sei do que falo pois sou testemunha, muitas vezes quase ausente, há mais de quarenta anos!
    Um abraço como os que damos quando nos encontramos.
    js

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  2. Gostaria de reforçar o nosso abraço, mas não o consigo identificar - JS, sei que é um Amigo.

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  3. Não podia deixar de ser, o meu Bem Haja, um grande abração.

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  4. A minha humilde homenagem,à memoria dos afectos.
    Lurdes

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